quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mensagem - O Julgamento de Jesus


Lucas 23.1-49

Lex julias majestatis! Palavras pouco conhecidas por nós, mas extremamente importantes neste momento da história, pois Pilatos tinha em sua frente um filho de carpinteiro sendo acusado de se auto-intitular rei, algo que a Lex julias majestatis romana sentenciava a morte. O veredicto parecia ser óbvio: Ele será condenado á morte. No entanto, numa noite anterior, a esposa de Pilatos havia tido um sonho que o deixou com a pulga atrás da orelha quanto a condenar um inocente e, ao saber que Este era Galileu, tenta livrar-se de ter de pronunciar um juízo enviando-o para Herodes. Herodes, por sua vez, a muito que estava ansioso por conhecer Jesus, pois havia ouvido falar de seus poderes mágicos e tinha a curiosidade de vê-lo a realizar um milagre e agora tem a chance de ver com seus próprios olhos aquele que há poucos dias o havia insultado chamando-o de raposa, mas que diante do temor que tinha em sua cabeça, atormentada pelo acontecido a João Batista e o que se falava a respeito de Jesus, o recebe com expectativas de presenciar o sobrenatural. Mas o tão esperado não acontece, pois ao invés de receber um Jesus cheio dos poderes, recebe um Jesus cheio de fraquezas e, diante da decepção, Jesus é novamente remetido a Pilatos.

É interessante como as multidões são apaixonadas por julgamentos, pois uma figura marcante em julgamentos são multidões. Parte delas, às vezes, sem nem ao menos saber exatamente o que está se passando. Mas o seu anseio por ver alguém sendo condenado as impulsiona aos tribunais.
Pilatos, apertado por todos os lados, a fim de não emitir um juízo precipitado resolve interrogar Jesus; sua intenção era saber se realmente este homem era aquilo de que estava sendo acusado e, para surpresa de Pilatos, Jesus não representava perigo para Roma, pois Seu reino não era um reino político, mas um reino espiritual e, não bastando esta afirmação, quando Pilatos aperta Jesus alegando que ele tem poder para libertá-lo ou para mandar matá-lo Jesus o surpreende dizendo: Nenhuma autoridade terias sobre mim se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem. Neste momento, Pilatos, percebendo que a situação era difícil, nada mais podia senão reafirmar aquilo que já havia falado antes e que o próprio Herodes era testemunha: Não vejo crime algum neste homem. 

Olhando um pouco além desta cena em direção ao Antigo Testamento parece a cena do sacerdócio de Israel avaliando um cordeiro para o sacrifício que após, com o veredicto de que estava sem mácula ou mancha, determina-se: Mata-o. Pois o povo gritava: Crucifica-o. O cordeiro perfeito para o sacrifício perfeito por uma humanidade imperfeita, pois basta dar uma olhada para a cena e ver uma multidão a condenar alguém que, diante de todos os órgãos competentes, havia sido declarado justo, algo que constantemente fazemos, pois seguidamente emitimos juízos dos quais mais adiante sentimos vergonha de tê-los proferido.

Mas o magnífico que acontece aqui poderia ser algo que Herodes precisava ter presenciado e dado o devido valor, pois ali naquele julgamento e morte aconteceu aquilo que pode ser dito com toda a certeza: Foi a maior obra já feita por Deus, pois ali Aquele que tudo criou e tudo sustêm deu humilhantemente a sua vida por um mundo de muitos Barrabás, a fim de que, por sua morte, tivéssemos vida e que, mesmo diante das blasfêmias, oferecia, em troca, o perdão.

Diz-se que no fim da vida, quando no extremo da agonia da morte, o ser humano falar de coisas de que seu coração está cheio. Para endossar isto, conta-se a história de um vendedor de pão com presunto, que começa a sua vida vendendo pão de balaio, com o avanço de seu negócio compra um carro para vender pão com presunto, seguidamente outros carros e por fim lanchonetes em que seu produto era pão com presunto. Ao morrer, em seu leito de agonia, tinha surtos em que gritava: “cortem fino o presunto”, pois isto representava uma vida envolvida com este tipo de venda. Agora, aqui no calvário, no momento em que tudo se encerra, Jesus exclama: “em tuas mãos entrego o meu espírito”, transparecendo uma vida total de entrega, que não só nos dá a vida eterna, mas que nos dá valores que o mundo não dá, que é a de uma vida de total entrega ao nosso Deus.       

Celso Valmir Grams
pastor conselheiro

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