sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Mensagem - A Confissão de Tomé!

Leia em sua Bíblia: João 20.26-31

Certamente vocês já devem ter escutado alguém dizer a seguinte frase:

— Eu sou igual a Tomé, só acredito vendo!

Esse texto de João nos fala desse Tomé que, para crer que Cristo havia ressuscitado e que foi visto pelos discípulos, impõe algumas condições.

Tomé não se deu conta de que havia acontecido o maior evento da história da humanidade e da fé cristã! A Páscoa.

Vemos que a partir da ressurreição de Jesus, no primeiro dia da semana, começa a ser estabelecido o domingo. Não é dito que os discípulos não se reuniam em outros dias. Mas esse primeiro domingo após a Páscoa se destaca como uma reunião especial dos discípulos.

E novamente, assim como havia feito na semana anterior, Jesus aparece aos seus discípulos. Mais uma vez Ele lhes anuncia paz e salvação, e desta vez também anuncia a Tomé.

Em seguida, Jesus se volta especialmente para esse discípulo e diz a ele: “Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; coloca a mão também aqui no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”.

Como em todas às vezes e também agora, Jesus visa o indivíduo na sua situação especial. Tomé não é reprimido por Jesus. Ele é atingido pelo Seu amor sério, que deseja levar esse discípulo da aflição da incerteza e da dúvida para a fé viva.

Jesus permite que Tomé faça exatamente o que ele havia colocado como condição para crer na sua ressurreição. E Cristo pede somente uma coisa a Tomé e o mesmo também serve para cada um de nós: "Não sejas incrédulo, mas crente".

Tomé é o verdadeiro representante da humanidade que muitas vezes também gostaria de ver para crer! Somos todos vistos, ouvidos e conhecidos por Jesus, e isso inclui as nossas dúvidas e questionamentos, inclusive quando pensamos que Deus está tão distante de nós.

Na perspectiva do Novo Testamento, a incredulidade não é mera ausência de fé, mas sim a rejeição consciente da fé, ou seja, é uma ação ativa do ser humano.

Tome é testemunha da maior certeza que podemos ter na nossa vida. A sua confissão, embora muito curta, é muito profunda e completa. Em poucas palavras ela responde adequadamente a pergunta: "Quem é Jesus?" quando diz: "Meu Senhor e meu Deus". A confissão de Tomé é uma confissão modelo que não é dirigida a um Deus distante que fica afastado lá em cima no céu, mas é dirigida a um homem de carne e osso que está presente diante dele, e que pode ser apalpado.

Diante da situação, Jesus tem uma palavra conclusiva para Tomé: “Porque me viste, creste”. Não é necessariamente uma acusação. Mesmo que Tomé tenha chegado à fé sem precisar tocar, ainda assim teve a necessidade de ver Jesus antes que pudesse crer. Mas não podemos nos esquecer de que os outros discípulos também tiveram o privilégio de ver o Cristo ressurreto e as suas chagas.

Jesus ainda acrescenta uma palavra muito decisiva: “Bem-aventurados os que não viram e creram”.

Essa afirmação não anula o fato de que a proclamação fundamental e válida para todos os tempos ainda assim precisou de testemunhas oculares. O testemunho apostólico enfatiza incessantemente o encontro visível e físico com o Cristo ressuscitado que foi concedido aos apóstolos para serem testemunhas da sua ressurreição de uma forma especial. Contudo, não deixa de ser um milagre de cunho extraordinário que pessoas creiam com certeza completa em Jesus mesmo sem o terem visto depois de ressuscitado assim como os apóstolos. Por isso, Jesus declara esses crentes especialmente de bem-aventurados.

Como podemos ver bem-aventurado é todo aquele que, assim como Tomé, confessa Jesus Cristo como seu Senhor e seu Deus. Ao incluir estas palavras de Jesus no relado da ressurreição, o evangelista convida a todos os leitores que se unam na confissão de Jesus Cristo como seu Senhor e seu Deus, para que eles também possam receber a bem-aventurança do Senhor, pois esta é a natureza da fé salvadora que se apega a Cristo, o nosso Salvador, e se apropria de sua redenção com confiança certa e alegre.

Onde há essa fé e essa confiança, há salvação, e os nossos pecados não podem nos prejudicar.

Amém.

Márcio Santos de Leão
Teologando da ULBRA e do Seminário Concórdia

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